sábado, 19 de outubro de 2013

Brincar com o gás


Se por cá, na periferia portuguesa, mal se ouve falar no gás de xisto, nos Estados Unidos e no resto da Europa, ele é objecto de debates acalorados. Para não falar da sua exploração desenfreada nos States, onde a sua quantidade no consumo de gás natural tem já um percentagem de cerca de 20%.
Acontece que a sua extracção hidráulica provoca danos irremediáveis nos solos e poluição intensa nas águas subterrâneas; e há também cientistas que alertam para a possibilidade de intensificação de terramotos.
O Governo francês, avisadamente e apoiado no seu Conselho Constitucional, legislou no sentido da sua proibição mas, em sentido contrário, a Hungria, a Inglaterra, a Alemanha, a Dinamarca, a Polónia e a Roménia, pelo menos, prosseguem os seus projectos de exploração. A coberto (quem diria?) da permissiva orientação do inefável Parlamento Europeu que apenas obriga, celestialmente, a um mero "estudo de impacto ambiental", numa sua vaga directiva...

8 comentários:

  1. Já no ano passado se falou disto em Portugal por causa das nossas reservas de xisto. E se alertou para o perigo da sua extração.

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  2. Na altura, não me dei conta. Obrigado pela achega.

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  3. Ainda bem que se discutem estas coisas. É necessário pressionar os políticos e os governos para que as decisões nestas matérias sejam transparentes e informadas.
    O problema não está nos estudos de impacto ambiental em si, pois não concordo que se diga que são "meros" ou "vagos". Eles são um instrumento adequado - quando o conhecimento científico é suficiente. O problema é o uso que se faz deles, como em quase tudo o que coloca em confronto negócios, pressão das populações (neste caso para ter combustíveis mais baratos...), a preservação do meio e a segurança.
    A solução seria uma, e está nas nossas mãos (coletivas): consumir menos. Porque a extração do petróleo também está a destruir o planeta de forma muito mais profunda e irreversível, mas nós todos, indignados, continuamos a querer gasolina, aquecimento, alimentos, tudo em abundância e tudo barato. As barragens na China estão a matar milhares de pessoas, mas as massas não querem prescindir de ver a sua televisão ou carregar o telemóvel.
    Uma nota mais técnica: este "xisto" não é o xisto a que nós chamamos também lousa ou ardósia. É o xisto argiloso, a que também se chama xisto betuminoso ou, vejam lá, o "folhelho" (http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/folhelho).

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  4. Reportei-me ("mero"), indirectamente, às consequências que, pelo menos por cá, têm os estudos de impacto ambiental, normalmente: para inglês ver... Por outro lado, muitos dos grupos de defesa do ambiente (e sei do que falo) estão "infiltrados" de gente subsidiada (deveria ter escrito: subornada), que fazem, pela frente, acções espectaculares para iludir o pagode mas, concretamente, vão fazendo, pela calada, fretes aos governos.
    Mas concordo inteiramente consigo em que a solução reside em consumir menos, pessoal e colectivamente, porque bem sabemos que grande parte dos países (E. U. A. e China, por exemplo) não prescindem do "desenvolvimento" a todo o custo, hipotecando o futuro, irremediavelmente.
    Neste poste, interessava-me superficialmente alertar quem não está a par do problema; e destacar a tomada de posição corajosa do Governo francês.

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  5. E nos EUA as tribos índias voltam a sofrer, agora pela degradação ambiental dos seus escassos territórios mercê desta nova exploração de recursos.

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  6. Fico satisfeito, JAD - o poste cumpriu o seu objectivo.

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  7. É a nova corrida ao ouro, dos "marcanos". Não tenho presente qual deles, mas há um dos estados mais pobres americanos que, por isto, está pujante de dinamismo económico..:-(

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