sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Assobiar para o lado


Sempre achei uma suprema hipocrisia, a denúncia acrisolada do trabalho infantil, na primeira página dos jornais ou no prime time televisivo e, ao mesmo tempo, a apologia descarada, em desfiles de moda, de modelos infantis. E, que me lembre ou tenha conhecimento, nunca vi esta ambivalência ética desmascarada.
Nem o facto de, em muitos casos, serem os próprios pais dos menores a incentivarem esta prática, aproveitando-se, descaradamente, dos benefícios. Para não falar do que se passa com as telenovelas... A própria lei, como tantas vezes, é ambígua: se condena um dos casos, absolve ou esquece o segundo, assobiando para o lado.
Não será, por acaso, a mesma coisa?

7 comentários:

  1. Estou completamente de acordo, e é um assunto que já tenho comentado com outras pessoas.
    A lei vai-se ajeitando conforme os interesses, como de costume.

    Boa noite!

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  2. É a velha divisão entre os "ofícios mecânicos" e as actividades limpas e com "glamour"(?), a que se acrescenta a conveniência e hipocrisia, humanas...
    Bom fim-de-semana!

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  3. Também estou de acordo, mas isto já tem sido muito falado e discutido, tanto na moda como nas telenovelas.
    Ainda há pouco tempo falou-se muito (penso) de uma capa de revista com uma miúda pintada com uma mulher - uma coisa escandalosa! E a propósito disto tb se falou de pedofilia.

    Há poucos anos vi um filme americano que tratava deste assunto e como a família passa a viver em função da "carreira" dos filhos e irmãos.

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  4. Curiosamente, nunca me tinha apercebido de ser tema de polémica e debate...

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  5. Era um tema que um amigo seu comentava e criticava muito: A. H. de O. M. Esse é o da prostituição intelectual: quando uma só faz uma conferência (ou um estudo) pelo dinheiro e por vezes para um público igualmente nojento... Uns vendem o corpo, outros o conhecimento... Quando feito sem amor é tudo prostituição.

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  6. Faltou a palavra pessoa... Quando uma pessoa.

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  7. Absolutamente de acordo. O oportunismo (para lhe não chamar prostituição) intelectual é ainda mais grave porque, à partida, pressupõe uma maior "qualificação" e consciência de quem se vende.

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