segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Mercearias Finas 78 : as Velhíssimas lusitanas


Sempre achei uma pepineira saloia, este gosto pasmado de tantos portugueses que prescindem de algumas das muitas  belíssimas e velhíssimas aguardentes lusas, para se curvarem alarve e servilmente perante conhaques franceses, whiskies escoceses, irlandeses, americanos. Alguns acharão que ganham mais status e consideração mas, na maior parte dos casos, são apenas ilustrados exemplos da nossa falta de sentido crítico. E de falta de gosto, gastronómico.
Qualquer estrangeiro experimentado, a quem demos a provar uma Adega Velha nortenha, fica quase sempre deslumbrado. E a Fim de Século mede-se bem, e por alto, com muitos dos melhores digestivos de franças e araganças. Para não falar da Ferreirinha, da Casa de Saima e tantas outras. Porque têm aroma, sabor personalizado, o toque profissional da manufactura, quase e ainda, artesanal.
Em bares lusos ou em casas portuguesas folgadas é raríssimo encontrar-se alguma escolha criteriosa de aguardentes nacionais mas, quanto a whiskies: é fartar, vilanagem...
Todo este arrazoado para destacar, pela alta qualidade, e nomear a magnífica Aguardente bagaceira Velhíssima de Borba ( da Adega Cooperativa alentejana homónima) que descobri, há semanas, e que é um espanto. Nos seus 40º amenos, no aroma, no sabor e na cor. E no apreço saudoso que nos deixa na memória gustativa. A preço compatível e honesto, bem merecido. E em garrafa elegante.

4 comentários:

  1. Gosto muito das nossas aguardentes. E os meus amigos não-portugueses também ficam a gostar muito quando as damos a provar. Bom dia!

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  2. Infelizmente, Sandra, sub-avaliamos muitas vezes os nossos produtos. E se os temos bons!, por exemplo, a nível de vinhos e aguardentes.
    Bom dia!

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