quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Roland Barthes, sobre Fotografia


"...Ora, desde que eu me sinto olhado pela objectiva, tudo se altera: eu constituo-me na perspectiva de «posar», fabrico-me instantaneamente noutro corpo, crio uma metamorfose antecipando-me à imagem. Esta transformação é activa: eu sinto que a Fotografia recria o meu corpo ou que o mortifica a seu prazer (apólogo deste poder mortífero: alguns homens da Comuna pagaram com a vida a sua complacência em posar sobre as barricadas: vencidos, eles foram identificados pelos polícias de Thiers e quase todos fusilados). ..."

Roland Barthes (1915-1980), in La chambre claire (pg. 25). 

4 comentários:

  1. Muito interessante este trecho de Barthes.

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  2. Barthes, às vezes, tem destas "perolazinhas"..:-)

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  3. Interessante. Compreendo. Por acaso, não gosto de ser fotografada, excepto por uma certa amiga minha, que, além de visagista, tira excelentes fotografias de retrato. Ainda este sábado, andei a posar para o seu próximo book. Mas, de resto, sem ser ela, ninguém me apanha. :-))

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  4. Acaba por haver sempre pose, a menos que sejamos surpreendidos, sem nos apercebermos - o que é bom, porque ficamos mais naturais.

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