segunda-feira, 20 de maio de 2013

Idiotismos 17


A fazer fé em Alexandre de Carvalho Costa apud Joaquim António Nunes (Imagens de Lisboa, 1976), a expressão popular dar vivas à Cristina reporta-se mesmo à rainha Cristina da Suécia (1626-1689) e tem mais de 3 séculos e meio. Tendo tido origem em Lisboa, no ano de 1651, reinava D. João IV.
Acontece que Portugal, na altura, estava isolado politicamente na Europa e a braços com a Guerra da Restauração contra Espanha, sem aliados notórios. No meio deste abandono, o diplomata Francisco de Sousa Coutinho, na corte sueca, e através do chanceler Axel Oxenstierna, consegue assinar um tratado de amizade e colaboração comercial entre a Suécia e Portugal. O tratado reconhecia, tacitamente, também, os direitos de Portugal à Independência.
A notícia terá sido recebida com júbilo, em Lisboa, e D. João IV, em sinal de reconhecimento, mandou que se dessem salvas de artilharia e que, junto da casa do embaixador sueco Lourenço Skytte, se fizessem  manifestações de gratidão e alegria. O povo, em grande multidão, correspondeu e houve foguetório, dança e folguedos junto da Embaixada da Suécia. E, pela primeira vez, se deram vivas à Cristina...
Hoje, a expressão terá um significado mais comedido e laico, valendo por dar largas à sua alegria e regozijo.

2 comentários:

  1. há muito tempo que não ouvia essa expressão...

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  2. Estas puras expressões vão-se perdendo...os "grunhos" é que vão aumentando, infelizmente.

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