Na 24 de Julho, os jacarandás já começaram a florir como, lá para Outubro, se hão-de lembrar, como brasileiros de origem, de voltar a florescer, num destino de fidelidade genética imorredoura e fatal, de Primavera sul-americana.
Queixamo-nos, por vezes, do esquecimento que paira sobre alguns poetas, mais sóbrios e discretos que, talvez por sabedoria ou vontade própria, desapareceram sem ruido, na paisagem efémera do tempo. E eu penso que a única forma de os agarrarmos à vida é, no fundo, trazê-los de cor (coração) na nossa memória e, no silêncio mais íntimo, silabarmos caladamente os seus versos.
Discretos, esquecidos estarão Saúl Dias e João José Cochofel. Convoquemos este último:
que nem os olhos molha
tem alguma parecença
com o cair da folha.
Despedem-se em silêncio
de coisas sem memória
levadas na poeira
da morte transitória.
o Cochofel anda muito em voga aqui por Coimbra. Confesso que antes da Casa da Escrita (residência de escritores com o seu nome) nunca tinha ouvido falar dele, nem conhecia nenhum dos seu poemas...
ResponderEliminarFolgo com o que me diz. Ainda cheguei a ouvi-lo, ao vivo, quando andei por Coimbra. Não sendo um poeta de primeira água, merece bem ser lido e conhecido. Tem poemas de grande sensibilidade e bonitos.
ResponderEliminarMaravilhosos jacarandás! É pena é durarem tão pouco tempo.
ResponderEliminarLi um ou outro livro de Cochofel, mas já não me lembro dos títulos. Um talvez da coleção Poetas de Hoje.
Enquanto "dura(m), vida e doçura"...
ResponderEliminarÉ verdade, da sua referida colecção, da Portugália, que reunia o que Cochofel publicara até aí.
Também adoro jacarandás. E gosto do Cochofel. Agora aguardo o poema de Saul Dias. :)
ResponderEliminarVamos a ver se encontro o poema de Saúl Dias que mereça a sua expectativa, MR..:-)
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