quarta-feira, 29 de maio de 2013

Duelos e Inspirações


Alexandre Dumas (pai) acabou o seu celebérrimo "O Conde de Monte Cristo", em 1844. Como decerto se lembra quem leu a obra, o herói dava pelo nome de Edmond Dantés que, ajudado pelo luso-indiano Abade de Faria, não só conseguiu evadir-se da prisão da ilha de If, como apoderar-se de um tesouro e vingar-se dos seus inimigos. Ora, cerca de 7 anos antes (1837), Pushkin tinha sido morto, em duelo, por um oficial francês chamado Georges d'Anthés. Coincidência, inspiração de apelido, que perpassou para Dumas?
Quatro anos mais tarde (1841), o também escritor e russo Lermontov havia de morrer, em duelo. O poeta eslavo Yevtushenko, com ironia, glosou o caso: "Os poetas na Rússia nasceram/ Com uma bala de D'Anthés no seu peito".
Saint-Beauve participou num duelo com o dono de um jornal, debaixo de forte chuvada, em 1830. Mas não se coibiu de abrir o guarda-chuva porque, segundo se diz, terá afirmado que não se importava de morrer, mas detestava ficar molhado... Também Marcel Proust participou num duelo, em 1897, tendo sobrevivido.
E o inglês Ben Jonson, em 1598, trespassou com a sua espada o actor Gabriel Spenser.
Não se pode dizer que tenham sido duelos meramente literários, porque alguns intervenientes acabaram por morrer...

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