sexta-feira, 31 de maio de 2013

Divagações 47


Nem todos os poetas, quando publicam livros, datam os seus poemas. António Nobre fazia-o normalmente, Jorge de Sena, algumas vezes. Eugénio de Andrade, muito raramente.
Dentro de cada livro, nem sempre a arrumação dos poemas segue a ordem cronológica, mas uma orientação pessoal, estética e de gosto do autor. Um crescendo, uma evolução interior que, porventura, nada tem a ver com o Tempo. Será isto um pormenor despiciendo para o leitor comum, mas para um crítico literário, um investigador, a datação dos poemas permitirá observar melhor a evolução do autor e, muitas vezes, cotejando a biografia, situar, talvez, a razão do poema ou a origem do acto criador. E, por aí, descortinar  melhor aspectos da sensibilidade e susceptibilidade do Poeta, em relação ao real.
O poema, em imagem, é de Jorge de Sena. Está incluído em "Visão Perpétua", e já foi aqui referido.

2 comentários:

  1. parece-me que a maioria dos escritores (não só os poetas) não datam os seus textos.
    Em relação à arrumação dos livros de poesia, talvez porque há livros, cujo fio condutor não é o cronológico, é o temático. Mesmo este, algumas vezes, coincide no tempo. :)

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  2. Creio que é verdade, MR, a maior parte não data os textos.
    Mas também há prosadores que datam o fim da escrita dos romances.

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