sexta-feira, 24 de maio de 2013

Benefício da dúvida, em tom provocatório


Sempre me perguntei, porque é que alguns autores, sobretudo do séc. XVIII português, são considerados secundários, em benefício de um cânone literário eternizado por selectas literárias de antologiadores preguiçosos e acríticos que se limitaram a perpetuar o que já vinha de trás. Tenho para mim que o excessivo sucesso de "O Hissope", de Cruz e Silva, soterrou a leitura do poeta lírico que ele também foi, e de alguns sonetos de muito merecimento, que quase nenhum leitor conhece, hoje em dia. A menorização do Abade de Jazente, por exemplo, sempre me pareceu injusta, também.
O jornal Le Monde (17/5/13) dá notícia da saída recente de um livro de Eric Dussert (Une Forêt Cachée. 156 Portraits d'Écrivains Oubliés, La Table Ronde), onde o crítico faz a apologia e propõe à apreciação vários autores franceses que não constam do cânone literário conservador gaulês, presentemente.
E, nós, por cá? Será que não haverá por aí, nenhum José X ou António Y que tenham ficado soterrados, muito injustamente, sob o peso massacrante e obeso das adílias lopes e dos vários hugos mãezinhas? Pelo menos, há que investigar, para ver...

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