Não é com absoluta indiferença que folheio velhos catálogos de leilões de livros, onde alguém, com mão emotiva e talvez nervosa, anotou a lápis, os preços finais de cada lote. Já me aconteceu, também, a mim...
Nos últimos dias, o meu Alfarrabista de referência, colocou à venda, sobre uma mesa comprida, largas dezenas (talvez uma centena) de catálogos de leilões de livros, com as capas amarelecidas ou acastanhadas pelo tempo. Uma boa parte tem os preços finais de cada lote. Os leilões das bibliotecas de Delfim Guimarães ou de Virgínia Rau, constam. Feitos por Arnaldo Henriques de Oliveira, que eu ainda conheci a leiloar, numa sala esconsa e inóspita da sede dos Amigos dos Hospitais, ao Principe Real.
Procurei, como é meu hábito, alguns autores do meu afecto. Consegui encontrar, num leilão dos anos finais da monarquia ( 1907 ou 1908), a venda da segunda edição (1614) das Obras de Sá de Miranda. O lote foi arrematado por 2.700 réis. Nesses catálogos, largamente manuseados, havia também Francisco Manuel de Melo, Camões, Garrett, Herculano... Um mundo, que passou de mãos, talvez com alegria, efémera.
A ver se amanhã passo por lá. Interessam-me alguns; pode ser que lá estejam. :)
ResponderEliminarAinda há muitos... Boa sorte!
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