sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Recomendado : trinta e cinco - Carlos Poças Falcão


Obra sólida, madura, de grande unidade interior, este livro, Arte Nenhuma (Opera Omnia, 2012), recolhe grande parte da poesia de Carlos Poças Falcão (1951), publicada até hoje. A evolução, que se nota dos primeiros livros, até aos poemas mais recentes, é mais de forma, do que de princípio, conteúdo, ou temas. Ontológicos, maioritariamente, e densos. Onde a tensão dramática, embora subtil e discreta, aflora.
Não será uma poesia fácil, mas o difícil, quando alcançado, é, quase sempre, mais compensador.

Podia marcar as incursões do sol
por esta sala. Alimentar uma esperança
solar. Mas as estações são indomáveis
e uma casa é um jogo de janelas
que se fecham. Mosca inerte nas vidraças
laranja que apodrece sobre a mesa:
eis os pequenos seres na ratoeira.

8 comentários:

  1. "... Estranhamos que uma rapariga não tenha dado nome ao seu gato: Como é que faz para chamá-lo ? Não o chamo; ele vem quando quer." M.Y.
    Encantador o Domenico Cimarosa.

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  2. Peço desculpa, mas como diz o povo: "cada macaco, no seu galho". Neste poste, eu falei de poesia, e não de prosa, gatos, nem sequer de Marguerite Yourcenar.

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    1. Não se desculpe ! Sim; mas, julguei que tambem tinha falado de estações, casas, janelas ...

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  3. É um poeta (vimaranense) discreto, não muito conhecido, mas de grande qualidade.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. De Carlos Poças Falcão, que me lembre, além deste belo poema, li o seu livro A Nuvem, editado pela Pedra Formosa (uma editora que não sei se ainda existe).

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  6. Creio que ainda existe, sim, embora muito bissexta...

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