Obra sólida, madura, de grande unidade interior, este livro, Arte Nenhuma (Opera Omnia, 2012), recolhe grande parte da poesia de Carlos Poças Falcão (1951), publicada até hoje. A evolução, que se nota dos primeiros livros, até aos poemas mais recentes, é mais de forma, do que de princípio, conteúdo, ou temas. Ontológicos, maioritariamente, e densos. Onde a tensão dramática, embora subtil e discreta, aflora.
Não será uma poesia fácil, mas o difícil, quando alcançado, é, quase sempre, mais compensador.
por esta sala. Alimentar uma esperança
solar. Mas as estações são indomáveis
e uma casa é um jogo de janelas
que se fecham. Mosca inerte nas vidraças
laranja que apodrece sobre a mesa:
eis os pequenos seres na ratoeira.
"... Estranhamos que uma rapariga não tenha dado nome ao seu gato: Como é que faz para chamá-lo ? Não o chamo; ele vem quando quer." M.Y.
ResponderEliminarEncantador o Domenico Cimarosa.
Peço desculpa, mas como diz o povo: "cada macaco, no seu galho". Neste poste, eu falei de poesia, e não de prosa, gatos, nem sequer de Marguerite Yourcenar.
ResponderEliminarNão se desculpe ! Sim; mas, julguei que tambem tinha falado de estações, casas, janelas ...
EliminarGostei do poema.
ResponderEliminarÉ um poeta (vimaranense) discreto, não muito conhecido, mas de grande qualidade.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarDe Carlos Poças Falcão, que me lembre, além deste belo poema, li o seu livro A Nuvem, editado pela Pedra Formosa (uma editora que não sei se ainda existe).
ResponderEliminarCreio que ainda existe, sim, embora muito bissexta...
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