Se a juventude não fosse irreverente, mas ajuízada, não seria inteiramente juventude. Por tradição clássica, atavismo e obrigação, os jovens devem ser desdenhosos, rebarbativos, um pouco desleixados, um pouco exibicionistas, diferentes, pelo menos - só assim será saudável e expectável que o sejam. Porque haverá muito tempo, para que o sistema os envolva, enrede numa asfixia normativa até, se for preciso, absorvendo as suas reivindicações mais puras num mainstream de conduta modelar para a época.
Mas também há aquilo a que se chamou, para uma canção da moda, os velhinhos modernos. Que a todo o custo tentam, contra todas as evidências, continuar a ser novos, belos e jovens. Num esforço patético e trágico, de que não se apercebem. Escurecem os cabelos, branqueiam os dentes, ou não se comprometem com partidos políticos, nem ideologias, nem com coisa nenhuma - dizendo sempre mal de tudo -, vestem calções juvenis, não votam sequer, deixam crescer até ao limite os seus cabelos ralos...
Hão-de ser, na sua peregrina ideia, a eterna juventude, sem a água de juventa (O'Neill dixit), nem os elixires milagrosos. E podem ser poetas, marqueses, empresários, consultores, artistas, falsos políticos, cronistas que nunca hão-de crescer muito. Se calhar, também não teriam muito por onde...
E desse modo regressam ao nosso ascendente macaco, tal como mostra a foto escolhida.
ResponderEliminarBoa Tarde,
ResponderEliminarA D. Maria del Rosário, 18ª Duquesa de Alba, uma frase do Oscar Niemeyer, (que usou com alegria de menino a sua vida, de mais de 100 anos até ao fim.) "Amo a vida e a vida me ama. Somos um casal insuportável." ACV.
Plagiando o nosso Épico: Se mais Botox houvera, lá chegara..:-))
ResponderEliminarComo dizia alguém (?) sobre os Livros Sagrados, em relação aos extremismos: os textos servem apenas de pretextos.
ResponderEliminarBem como as imagens são meros protótipos.
Boa noite!