quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A má língua nacional


Numa roda de amigos, aqui há uns meses atrás, dois arrivistas, que eu não conhecia, se nos juntaram, à mesa de um café do Chiado. Eram ambos amigos de um amigo meu, ali presente. Um deles, apercebi-me logo, era da esquerda baixa (não sei se me faço entender?!). Começou logo a disparar contra o "Mad português" (palavras dele), ou o MEC (sigla portuguesa por que é conhecido), colunista diário do jornal Público e "pai-proveta" do saudoso Independente, que ajudou a deitar abaixo os cavaquinhos. Dizia, vociferante, o arrivista, que o MEC era um gordo bestunto, um salivoso, que tinha orelhas de abanador, o protótipo do eterno menino frívolo que só falava de frioleiras estrangeiras. Que não via a realidade nacional (aqui, foi das poucas coisas em que estive de acordo com o linguarudo maldizente). E que, ainda para mais, frisava o cabelo...
Mas não se ficou por ali, recomeçou nos dislates. Excessivos: que o MEC era um falso gago e que só gaguejava para chamar a atenção, que era monárquico porque era uma forma de disfarçar o seu racismo e xenofobia, e que o "diário" dele no Público era pior que o romance "da coxinha" nos folhetins radiofónicos, no "tempo da velha senhora".
Aí, tive pena do MEC, até porque ele escreve bem, chama-nos a atenção para a melhor gastronomia nacional e o leio com agrado, muitas vezes. Felizmente, o arrivista desamparou-nos a mesa, pouco depois. E deve ter ido semear o veneno para outra freguesia...

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