sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Mercearias Finas 133


Tenho vindo a constatar que, de uma forma geral, a qualidade do serviço, na restauração e nos últimos anos, tem vindo a piorar, assustadoramente. Bem como a competência profissional dos empregados que servem às mesas. Parece ser fraca ou nula a aposta na formação adequada.
Não sou excessivamente esquisito, mas considero que há regras mínimas de atendimento que devem ser observadas e, é evidente, que o meu grau de exigência tem em conta e sobe, quando um estabelecimento tem ambições e preços altos.
Um caso flagrante de desequilíbrio e de amadorismo indesculpável é, por exemplo, o que se observa no restaurante Bica do Sapato (Lisboa). Em que o lado estético e modernaço das empregadas e empregados contrasta imenso com a sua deficiente formação profissional e competência. Embora a cozinha seja boa e os preços acima da média.
Um dos últimos Le Monde abordou este tema e avançava uma razão para esta decadência da qualidade de serviço, na restauração. Segundo o jornal francês, nos últimos tempos, ter-se-á sobrevalorizado a cozinha de autor e o papel dos "chefs" - que até vêm às mesas explicar a confecção dos pratos - em detrimento da proletarização e menorização do serviço de atendimento geral.
Será que Le Monde tem razão? Eu tenho dúvidas que seja só isso...

4 comentários:

  1. Eu acho que em qualquer tipo de estabelecimento o que falta é algum empenho das pessoas que lá trabalham, é formação e educação. Mas hoje em dia, como também pagam ordenados miseráveis, aos jovens e não dão nenhumas garantias, a maior parte deles não está para se "ralar". No entanto, apesar de todos os contras e onde quer que se trabalhe, o profissionalismo e a simpatia (sem exageros, porque se torna falsa) definem e fazem a diferença entre um bom profissional e um que anda por ali a passar tempo e a ganhar uns trocos, até ver...

    É como diz o poeta "Põe o melhor de ti em tudo o que fazes". Mas não põem!

    Uma boa tarde:))

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    1. Onde há muito turismo, a qualidade do atendimento piora: já era assim no Algarve, aqui há 30 anos...
      Bom fim de tarde.

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  2. Concordo consigo. Li um artigo num jornal francês, que não foi o que refere, sobre um restaurante francês XPTO que ia encerrar porque os donos (que acho que eram chefes de cozinha) não arranjavam gente competente para o restaurante. Queixavam-se que como havia procura de empregados, estes estão-se nas tintas quando são despedidos porque arranjam logo emprego. E eles não estavam para viver naquela pressão. E parece que não era caso único.
    Segundo li (numa entrevista do Luchini?), também abrem restaurantes (sítios para comer) em Paris aos montes.
    Bom sábado!

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    1. Eu creio que, em restauração, a rotatividade de pessoal, estatisticamente, é enorme, em relação a outras profissões. Os motivos, desconheço-os...
      Por cá, cafés e restaurantes "nascem" como cogumelos e, raramente, quem os dirige sabe o suficiente da poda, sendo que também não sabe pedir condições profissionais a quem emprega. É um círculo vicioso.
      Bom fim-de-semana.

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