A morte toca, quase sempre, a rebate. Menos a nossa. Mas a daqueles que nos dizem alguma coisa. Ainda que a agonia se prolongue e nos anestesie, o súbito desenlace provoca-nos um frémito de emoção redobrada, inesperado.
O funeral de Victor Hugo teve uma multidão de acompanhantes. Por cá, o mesmo se passou com os cortejos fúnebres de Guerra Junqueiro e João de Deus. Mas não são só os poetas que despertam a comoção genuína dos povos.
Há um gesto bonito acontecido com os últimos dias de Verdi (1813-1901). O compositor estava hospedado em Milão, no Grande Hotel, quando sofreu um AVC, a 21 de Janeiro. Esteve acamado até 27/1, data em que faleceu. Os milaneses, logo que souberam e entretanto, instalaram-se na rua do hotel e avisavam todas as carruagens para que não buzinassem. E atapetaram o empedrado com palha, para que as patas ferradas dos cavalos, ao passar, não perturbassem o sossego do Compositor moribundo.
Bela homenagem, a de Milão!
ResponderEliminarÉ verdade.
EliminarBom dia.
Bem interessante (e comovente). Bom dia!
ResponderEliminarEstamos de acordo.
EliminarBom dia.
Junqueiro e João de Deus eram muito populares e amados na sua época: um pelo papel que teve na propaganda do ideário republicano; o outro através da expansão do método da Cartilha Maternal. O mesmo se passava com Verdi, só que o amor e admiração pelo músico sobreviveu à sua morte.
ResponderEliminarJá conhecia a história e, tal como a Margarida refere, acho-a comovente.
Bom dia!
Muito certo o que diz, quanto à popularidade e carinho que despertavam os dois poetas portugueses, que referi. E por razões objectivas.
EliminarTenho dúvidas, pelo menos em Portugal, que algum artista despertasse, hoje, tal emoção/comoção colectiva. Porque se mete tudo no mesmo saco e não há critério selectivo de objectivo reconhecimento nacional.
Bom dia.