quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Do que fui lendo por aí... 22


Com os anos, fui resumindo, pragmaticamente, as leituras que vou fazendo, em dois tipos: as que me enriqueceram e aquelas que me fizeram perder tempo. No primeiro dos casos, está Campo Santo, de W. G. Sebald (1944-2001). Não só é um livro, apesar de póstumo, bem pensado e bem escrito, estimulante pelas reflexões que nos provoca, mas também pelas muitos informações culturais que nos fornece.

Desde várias descrições, algumas das quais históricas, sobre a Córsega, a obra aborda também a literatura alemã do pós-guerra, assim como as repercussões psicológicas do conflito nos alemães que por ele passaram. O livro fez-me também vir a conhecer a pintura de Peter Weiss (1916-1982), que tem um quadro, provavelmente, inspirado na célebre Lição de Anatomia, de Rembrandt.


E foi, pelo menos, curioso saber que o médico representado no quadro se chamava Nicolaes Tulp. E o corpo exposto era o de um ladrão de Leyden, de nome Aris Kindt, que sofrera a pena capital. O que me permitiu concluir que a tela de Rembrandt se baseou numa realidade objectiva.
Pormenores e miudezas - dirão alguns. Eu acho que não.

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