Tive um sonho como uma fotografia...
Alberto Caeiro
Ora acontece com os sonhos, o mesmo que com os versos, subitamente nascidos: ou os escrevemos logo, ou eles desaparecem, para sempre da nossa frágil memória. Vindos do inconsciente, se não os reproduzimos, conscientemente, eles apagam-se.
Há dias, sonhei com o poeta W. H. Auden (1907-1973), num episódio de grande nitidez. O cenário inicial era a sua casa, improvável e em Portugal. Na sala de estar, ao canto e em ângulo, duas estantes, com livros: a da esquerda, só com volumes de poesia; à direita, apenas livros sobre arte.
Auden estava de abalada para os E. U. A. e eu, antes de sairmos, peguei, de empréstimo, da estante, os seus Selected Poems. Depois, dirigimo-nos, a pé, para uma rua estreita da Cova da Piedade, para ele se ir despedir de Maria Antónia Palla. Foi aí que ele disse que ia dar todos os livros desta sua biblioteca, a quem os quisesse. Não tencionava levá-los para a América. E eu candidatei-me.
Feitas as despedidas, regressamos a casa do Poeta. Para minha surpresa, as duas estantes dos livros estavam completamente vazias. Alguém levara todos os livros de poesia. E os livros sobre Arte tinham sido levados pela minha estimada confrade de blogue, Margarida Elias, do Memórias e Imagens.
Fiquei assim e apenas com os Selected Poems, de Auden, na mão.
E acordei...
para Margarida Elias, e em memória de W. H. Auden.
Auden estava de abalada para os E. U. A. e eu, antes de sairmos, peguei, de empréstimo, da estante, os seus Selected Poems. Depois, dirigimo-nos, a pé, para uma rua estreita da Cova da Piedade, para ele se ir despedir de Maria Antónia Palla. Foi aí que ele disse que ia dar todos os livros desta sua biblioteca, a quem os quisesse. Não tencionava levá-los para a América. E eu candidatei-me.
Feitas as despedidas, regressamos a casa do Poeta. Para minha surpresa, as duas estantes dos livros estavam completamente vazias. Alguém levara todos os livros de poesia. E os livros sobre Arte tinham sido levados pela minha estimada confrade de blogue, Margarida Elias, do Memórias e Imagens.
Fiquei assim e apenas com os Selected Poems, de Auden, na mão.
E acordei...
para Margarida Elias, e em memória de W. H. Auden.
Dear, though the night is gone,
ResponderEliminarIts dream still haunts to-day,
...
Há que, acrescentando, dizer que o sonho nada teve de pesadelo - tinha, pelo contrário, uma atmosfera luminosa. Apesar da decepção dos livros terem desaparecido...
EliminarSonhar com livros, é julgo eu um sonho bom!
ResponderEliminarSem dúvida, mas raramente me aparecem nos sonhos..:-)
EliminarSonhar com um poeta de quem se gosta, deve ter sido um belo sonho. :)
ResponderEliminarBom dia!
Gostei da epígrafe de Alberto Caeiro porque pelo que relata foi o que aconteceu. :)
ResponderEliminarÉ verdade, gosto muito da poesia de Auden e aprecio a sua forma interventiva (política) que caracterizou a sua passagem pelo mundo.
EliminarO sonho tinha, realmente, uma grande nitidez fotográfica!..:-)
Bom dia.
Que sonho fantástico! Gostei imenso. Bom dia!
ResponderEliminarAinda bem que apreciou, até porque, foi sem a sua licença, que entrou neste meu sonho..:-)
EliminarBom dia.