segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Mote e glosa (13)


Heidegger não pensa "sobre algo", mas pensa algo.
...
... a capacidade de nos surpreendermos perante o que é simples (...) e tomar como ponto de partida este sobressalto.

Hanna Arendt (1906-1975), in Revista de Occidente (nº 84, 1970).

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O tempo desocupado por inteiro pode, nalguns casos e após um período neutro de transição (as férias não são o suficiente...), levar-nos a questionar as coisas mais simples, os factos dados como encerrados, os saberes adquiridos, as frases feitas. O tempo, dito, de reforma ou de aposentação pode, por isso, ser portador de novas curiosidades e descobertas. Criando assim um espaço de reflexão inesperado, natural.
Se a idade, necessariamente, nos faz desaprender, até pelos saberes que fomos esquecendo com o tempo, devido a não os usarmos, esse novo espaço livre pode vir a ser uma fonte fresca e seara de conhecimento, desde que o tomemos como ponto de partida para esse sobressalto.

4 comentários:

  1. Gostei destas divagações. Gostei da ideia de sobressalto,
    mas cada vez mais, é difícil ter capacidade física e intelectual
    para novas descobertas. Ficou a sua mensagem positiva que apreciei.
    Boa noite.

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    1. Esse "sobressalto", muitas vezes, surge do nada, inesperadamente. Como a dar o contraditório a mim próprio, ou a tentar "descascar" o costume estabelecido.
      Uma espécie de novo caminho, a descobrir...
      Uma boa noite, também.

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  2. Gostei da divagação e concordo com ela. Pelo menos, para já:))

    Boa tarde:))

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