domingo, 23 de setembro de 2018

Divagações 134


Esta linha semi-circular de luzes ribeirinhas, por cima dos telhados defronte, traz-me sempre uma paz muito singular e pessoal, à noite. Depois, há esse triângulo agudo, cavado, por entre os prédios altos  que permite ao meu olhar ver o Tejo e, mais ao longe, a silhueta semi-iluminada do castelo de Palmela. Fernão Lopes acaba por ser convocado à memória. E as almenaras que D. Nuno, em finais do séc. XIV, fez acender da Outra-banda, para dar ânimo ao Mestre, cercado em Lisboa, pelos castelhanos.
Mas, hoje, há Lua Cheia, o rio é um espelho reflectido de luar. E o Verão, preguiçoso em despedir-se, parece augurar, em temperaturas, um S. Martinho à maneira... Ora, tudo isto recusa, liminarmente, essa melancolia dourada de que o Outono gosta, quase sempre, de se acompanhar. E que também nos inunda, quer queiramos ou não, tantas vezes. Ganha-se assim, benevolamente, um compasso de espera, bem-vindo e inesperado. Assim seja!

4 comentários:

  1. As noites de luar são propícias a divagações.
    As suas são cultas, trazem História e até um Castelo.
    Desejo-lhe uma boa noite.

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    1. Tenho a sorte de o poder ver, ainda que muito ao longe..:-)
      Retribuo, com estima.

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  2. Gosto deste Verão prolongado, porque não gosto nada do Outono. Bom dia!

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