Recebi, recentemente, um e-mail em que, por parcelas discriminadas (pessoal, despesas de representação, viaturas de serviço, arrendamento de imóveis...), se afirma que a Presidência da República, nos últimos 10 anos, gastou, em média, cerca de 21 milhões de euros anuais. Não sei se os números são credíveis, nem se as contas são exactas. Também não poderei dizer se é abusivo, ou não. Mas sei que este tipo de e-mails são recorrentes, e vão no sentido de denegrir e descredibilizar a classe política. E, por isso, não deixo que me afectem grandemente.
Sei que o primeiro cargo da Nação se deve revestir de um mínimo de dignidade, não compatível, portanto, com restrições avaras excessivas, nem com dificuldades financeiras que denunciem uma debilidade da instituição, sobretudo no exterior. Independentemente da personagem que a represente. Porque o povo (e perdoem-me o subjectivismo), às vezes, também escolhe mal...
Dos 4 Presidentes da República eleitos, depois do 25 de Abril, dois deles eram originários de famílias modestas; os outros dois, da classe média-alta. Penso que estes últimos, por hábito e condição, teriam, decerto, tendência a serem mais perdulários, enquanto os outros (Eanes e Cavaco), de modestas origens, em princípio, tenderiam a ser mais morigerados nos gastos. Neste último consulado presidencial, embora num período em que a inflação esteve mais controlada, as despesas não diminuíram, antes pelo contrário...
Em voto de piedosos desejos e esperança, o e-mail que recebi, deseja que o Professor Marcelo, proximamente, ponha cobro ao despesismo perdulário dos últimos tempos. Deus o ouça!...
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