quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Osmose 60


Da brumosa manhã não se consegue dobar uma ideia. Como do exterior, o interior é vago, circunscrito e orientado para pequenas tarefas domésticas, mecânicas, que não exigem novos planos ou uma planificação mental excessiva. Só o ordenar das palavras, agora, obriga a alguma reflexão prévia, uma articulação de dados mais precisos, uma intuição de vocábulos a haver, um caminho para sair do nevoeiro. Ou, melhor, da bruma instalada que, do exterior, por osmose, veio ocupar o interior, numa empatia indesejada, embora mansa e nada incómoda. Neste vagar do ser.

5 comentários:

  1. Que maneira tão bonita de se demonstrar algum aborrecimento.
    E a foto está maravilhosa.

    Espero que o dia se agite:)
    Boa tarde:)

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    Respostas
    1. E se agitou!?... Quase 2 quilómetros pedestres (um pouco por necessidade) por Lisboa, sob chuva forte, depois do almoço...Imagine!
      Músculos séniores doridos, roupa molhada, mas um esforço físico salutar, valha a verdade.
      Bom fim de tarde, Isabel!

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    2. Ah!Ah!Ah!
      E com sentido de humor...

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  2. Com uma grande simplicidade, as palavras de Carl Sandburg:
    Nevoeiro
    O nevoeiro vem
    com pèzinhos de gato.
    Senta-se, calado,
    a olhar o porto e a cidade.
    Depois, vai-se embora.

    Da colecção Tempo de Poesia

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  3. É um dos poetas norte-americanos que mais aprecio, e este poema, na sua simplicidade, é muito bonito.
    Aqui pelo Arpose há alguns poemas, dele, que traduzi.
    Uma boa noite!

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