Lembro-me bem. Foi pelo início dos anos 70 que, em Portugal e nas grandes empresas privadas, começaram a ser criados os departamentos de Organização e Métodos. Eram uma espécie de eufemismo asséptico, no nome, um bisturi cirúrgico para extirpar postos de trabalho e fazer aquilo que ainda hoje se pratica e se chama Reestruturação. Esses departamentos eram chefiados normalmente por cavalheiros matemáticos, discretos, com voz mansa e asseados no trajar e de corpo. Às vezes, tinham acne. Eram também meticulosamente frios, esteticamente feios. E gestores intermédios.
Se, dantes, os gestores desenvolviam as empresas, obtinham lucros e criavam postos de trabalho, hoje, os gestores de topo restringem as fronteiras das empresas, fazem reestruturações e eliminam postos trabalho. Alguns, dos mais sensíveis, são por vezes vítimas de depressões; normalmente, recuperam e voltam ao labor, ainda com mais gana. Conseguem multiplicar os prejuízos, às vezes demitem-se, ou são demitidos. Mas têm sempre prémios chorudos pelo trabalho desenvolvido...
É assustador... Bom dia!
ResponderEliminarPois é..:-( Mas também revela a lógica caótica e irracional do sistema.
EliminarBom dia!
Normalmente as pessoas que chefiam os recursos humanos, quando as empresas estão em crise fazem o trabalho sujo, despedem as pessoas e no final são despedidas. Conheço uma pessoa que 'estava a ver o filme' e nunca se recompôs de uma depressão.
ResponderEliminarQuanto a esses dos prémios, temos bons exemplos disso na ex-PT: fizeram negociatas ruinosas e foram premiados. Só neste país! (Acho eu.)
Bom dia!
São os "búlgaros" (que faziam os trabalhos sujos da U.R.S.S.) do sistema ultra-liberal...
EliminarInfelizmente, tudo isto se tem aprofundado, sofisticadamente, nos últimos ano.
Bom final de semana ("útil")!