terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Idiotismos 34


 A expressão perder a cabeça pode ter duas realidades significantes. A mais imediata será: uma pessoa exceder-se, ou num sentido mais extremo, e ainda em português, enlouquecer. Mas, em língua francesa, a primeira associação será com a guilhotina e com o período do Terror, ocorrido após a Revolução. Terá vindo de França, para Portugal, a referida expressão? Não o sei dizer, mas seria credível.
Dizem que D. Maria I (1734-1816) terá enlouquecido, gradualmente, ao saber das atrocidades cometidas em Paris. Mais uma proximidade com a expressão, em si. E é curioso, também, que muitos loucos encarnem a personagem de Napoleão, num excesso indicativo de megalomania interior. Aliás, é no período da Revolução Francesa que a psiquiatria começa a ganhar a importância de ciência estudada e respeitada.
Há que nomear, para o efeito, o físico francês Philippe Pinel e J. Esquirol, como precursores destes estudos. Do primeiro, e não confirmadamente, se cita a história de ter libertado das correntes, as loucas do hospício de La Salpêtrière, em 1795. Esses estudos vieram a ser acompanhados por desenhos e retratos de loucos, feitos pelo pintor miniaturista George-François-Marie Gabriel (1775-1835).
Nenhuma destas 3 últimas personalidades, acima referidas, perdeu a cabeça, ao que se saiba...


2 comentários:

  1. Respostas
    1. Compreendo, e concordo. O primeiro alienado tem um rosto normal, até de traços finos, embora com expressão algo melancólica...
      Boa tarde!

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