Depois da eventual avalanche, o que vou escrever é um mero pormenor. Mas significativo e que pressagia equívocos futuros, do meu ponto de vista.
O uso de uma Faculdade de Direito (?), por parte de um candidato a PR, como se fosse uma sede de campanha, para aí aguardar os resultados eleitorais e ouvir as ovações finais, indicia uma instrumentalização espúria de uma instituição pública ao serviço de interesses privados. Que anuncia um oportunismo de intenções e equívocos maiores. E outros abusos prováveis e futuros.
Glosando um lugar comum, terei de acrescentar, humildemente, que: em democracia, cada povo tem os chefes que merece.
Não dei grande importância, mas também achei estranho a escolha da faculdade de direito para celebração da vitória.
ResponderEliminarComo dizia o outro: "Deus está nos pormenores." E, às vezes, estas pequenas coisas têm mais importância do que parece.
ResponderEliminarTêm razão, apesar de ser um pormenor, não há dúvida de que se criou uma associação, uma memória colectiva, entre o eleito e o espaço físico e a instituição, no entanto essa imagem memória, pode sempre ser reinventada, compreendo o seu ponto de vista, infelizmente esse fenómeno de apropriação passa-se em inúmeras instituições públicas, com maior gravidade, no caso dos simpatizantes dos clubes de futebol, apropriam-se do espaço publico com a maior naturalidade, eu não enfatizaria muito essa questão, não deixando no entanto de (repito) perceber a sua indignação.
EliminarUma boa lembrança, a que refere os simpatizantes e clubes de futebol, na sua utilização desadequada de espaços e edifícios públicos, muitas vezes, com a cumplicidade dasCâmaras para indirecta angariação de votos e popularidade.
EliminarEntendo que os cenários podem dar outra nobreza e teatralidade às celebrações, mas convém sempre evitá-los de forma a manter uma "separação de poderes" e funções.
Vejamos, não foi sede de campanha nem o candidato esteve lá a aguardar os resultados. É o seu lugar de trabalho (um dos...), que ele quis também simbólico da sua eleição e, sobretudo, do seu futuro mandato (como explicou no pequeno discurso que fez). MRS era um candidato à presidência da República, não "interesses privados". E, ainda hoje, muitos políticos, e candidatos a políticos, não têm mais nada para mostrar sobre o seu grande passado de luta contra o obscurantismo senão alguma luta estudantil - ou seja, ação política numa instituição pública.
ResponderEliminarEnfim, o que quero dizer é que andamos um pouco crispados, e qualquer detalhe é apontado a dedo. Eu acho que este "facto" tem pouca importância e é bem menos grave do que candidatos a visitar hospitais ou escolas (públic@s).
Uma das poucas intervenções justas e justificadas que Maria de Belém fez, durante a pré-campanha, foi denunciar a utilização abusiva da Faculdade de Direito, por parte de MRS, na sua primeira grande entrevista, dada à SIC, a Clara de Sousa e outro jornalista. Depois, Marcelo reincidiu.
EliminarErrei e corrijo que, realmente e como refere, MRS aguardou na sua sede (ex-Pastelaria Chic, em Belém) de campanha os resultados, e só depois foi para a Faculdade.
Mas continuo a achar que, sendo um edifício público, não deveria ser utilizado para celebrações privadas, até porque ele só será empossado em Março, como Presidente. Ao menos Cavaco nunca utilizou o Banco de Portugal para seu uso mediático.
Não me afectou muito a vitória de MRS, apenas um certo desencanto se me instalou. Mas uma coisa tenho por adquirida: sendo ele inteligente e culto como é, não nos vai envergonhar lá fora, nem cá dentro, como era apanágio de Cavaco...
Tenho apenas algum receio do seu gosto pelo lúdico, às vezes quase pueril, e que lhe pode dar para, em vez de jogar no computador, começar a fazer enredos e jogos políticos. A ver vamos.
APS
Não me parece grave que ele escolha a FDL para dar a entrevista, como local de trabalho. Já acho estranho que a FDL tenha disponibilizado o seu espaço, no qual só entrava quem era autorizado pelo staff do candidato, para a noite eleitoral.
ResponderEliminarConcordo no geral com o comentário do Anónimo.
De Cavaco toda a gente está farta. Até ontem nos conseguiu surpreender: ordinário até ao fim.
É tudo boa gente... E o director da Fac, de D. tem apelido Martinez, o que indicia ser ele da família do ex-Ministro da Saúde, no tempo de Salazar. E que se notabilizou por decretar que cada cama hospitalar teria que ter um crucifixo à cabeceira; e que as freirinhas ou enfermeiras dos hospitais deviam usar alpergatas...
EliminarEu cá não conheço esses fascistas portugueses, mas conheço uma excelente BD satírica espanhola chamada "Martínez el facha", da autoria de Kim. É protagonizada pelo senhor Florentino Martínez (um homem que acredita sinceramente nos valores franquistas e vive os nossos dias muito consternado) e pelos seus amigos, especialmente o Sr. Morales (um fascista por conveniência) e o jovem Martín (que não é fascista, mas finge ser, porque as miúdas adoram).
ResponderEliminarPois não conheço, mas irei informar-me sobre a BD.
EliminarMas acontecia ( Ó, tempo!)o inverso com uma filha do celebrado prof. Martinez (ainda vivo, ao que sei) que, não fadada em lindeza pela Natura, tinha uma certa apetência por moços esbeltos, naturalmente...