domingo, 31 de janeiro de 2016

Apontamento 78: É sempre bom saber ...



A existência de ideias fixas ajuda, por vezes, reencontrar o que parece mais adequado e se revelou acertado ao longo de uma vida. Tenho por mim que “nem toda a criação tem o selo de inocência”.
A História da Alemanha, sobretudo no período após o Nazismo, tinha uma versão oficial, até com cambiantes ideológicos para todos os gostos, sem, no entanto, revelar tudo sobre a postura de determinadas figuras públicas, tanto da área de política-social como de cultura.

Sucede que me deram a conhecer, no ensino oficial, alguns artistas e escritores, olvidando, de forma inocente ou premeditada, a sua afeição, convicção ou até colaboração com o “Terceiro Reich”. Ora, quando descobri o engano, não gostei, como não gosto de logros de qualquer espécie. Daí que comecei a ligar mais à biografia dos criadores, numa dúvida metódica quanto à sua inocência relativamente ao seu perfil ideológico, designadamente na sua vertente cultural e social.

Tudo isto me veio novamente à memória no dia em que descobri mais uma pista, porventura cheia de enganos. Tal como Heidegger, parece que a “filosofia alemã” continua a alimentar a extrema direita. Actualmente, a criatura em imagem acima, é o filósofo que orienta a sua versão considerada “mais civilizada” e que dá pelo nome de AfD [= Alternative für Deutschland, i.e.: alternativa para a Alemanha], com uma crescente aceitação devido à sua postura xenófoba e profundamente troglodita.
Ora, o “filósofo” Marc Jongen parece que já foi assistente do professor Peter Sloterdijk. Vieram-me, novamente, à memória todas as minhas dúvidas metódicas sobre a “inocência” da criação e, sobretudo, a necessidade de uma permanente vigilância relativamente aos “criadores”.

Por enquanto, não encontrei, ainda, nada que me fizesse rejeitar o professor Peter Sloterdijk, embora o censure pela escolha do seu assistente. Deixo, para finalizar parte de uma texto de Sloterdijk, naquilo que considero um olhar oportuno sobre o mundo em que vivemos:

“According to his diagnosis, the human beings of our time are basically bored. And to be bored means that if you look into yourself, what you find is the profound absence of a driving conviction.”

Post de HMJ

2 comentários:

  1. Desconheço estes 'novos' filósofos alemães. O mundo ocidental vive sem convicções. Esta nova geração foi muito mal educada, com muitas facilidades e não tem estrutura para lidar com as contrariedades.

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    1. Para MR:
      pois, e como se vê, há sempre quem pretende e consegue preencher o vazio !

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