segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Pinacoteca Pessoal 108


Não tendo a magnitude estética, nem a seriedade clássica de "O Grupo do Leão" (1885), pintado por Columbano, nem sequer se aproximando dos murais de "A Brasileira", esta obra de Rainer Ehrt (1960), muito menos ambiciosa, que fez capa do penúltimo TLS (nº 5885), surpreendeu-me agradavelmente. Do pintor e gráfico, apenas sei que é alemão e que também pratica o cartunismo. O seu traço não terá a graça satírica de David Levine, mas a similitude dos retratados parece-me excelente.
Poderemos, facilmente, identificar os irmãos Mann, Bertolt Brecht, Joseph Roth, Anna Seghers, Walter Benjamin. E, prováveis, o pintor japonês Foujita, Stefan Zweig e Alfred Döblin. Não descortinei os restantes... Rainer Ehrt reuniu-os numa improvável e inexacta sincronia temporal (com data imaginária: 1933). Todos eles expatriados, alguns judeus, que passaram por França, entre os anos 20 e 50 do século XX. Muitos deles fugindo ao nazismo, e alguns que se fixaram em Paris, para sempre.
O título da obra é bilingue, apropriadamente: Café des Exilés ou Der Engel der Geschichte. Seja, em português, Café dos Exilados, de um francês pragmático, ou O Anjo da História, num alemão mais simbólico.

5 comentários:

  1. Conhecia esta obra mas não sabia o nome do pintor.

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  2. O título alemão é melhor, mas sempre com nome do café. :)

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    1. Pois eu não conhecia nem a obra nem o autor.
      O título em alemão é, na verdade, mais amplo e sugestivo..:-)

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  3. Interessante esta pintura. Há outras pinturas de retratos em cafés - mesmo além daquelas que referiu. Esta não conhecia. Bom dia!

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    1. Tenho uma vaga ideia... e lembro-me de uma de um café madrileno em que aparece o La Serna, não sei se é do Sorola.
      Bom dia!

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