sábado, 16 de maio de 2015

Bibliofilia 120


Não sei quando me terei apercebido de que, arremedando o castelhano, autodidacticamente, podia ser entendido pelos espanhóis. Provavelmente, quando fui pela segunda vez a Santiago de Compostela, teria eu entre treze e catorze anos. E onde comprei uns 4 ou 5 livrinhos, de índole diversa, para ler. O que vim a fazer depois, sem grande dificuldade, entendendo quase tudo.
Mais tarde, quando cheguei à poesia de Neruda, as coisas começaram a complicar-se; ainda um pouco mais tarde, com os versos de J. R. Jiménez, começaram a fiar mais fino, e cheguei à conclusão de que teria de comprar um dicionário de espanhol-português para compreender aquela "música das esferas". Acabei por comprar um modesto volume (Editora LEP/S.A., São Paulo) de bolso, em imagem, editado no Brasil, em 1956, na sua sexta edição, com autoria de H. P. Santos. Custou-me, na altura, Esc. 17$50. Mas era de léxico muito rudimentar e deixou-me frustrado, muitas vezes, pelas constantes omissões.
No anos 80 do século passado, comprei um novo dicionário em dois volumes (espanhol-português e português-espanhol), pelo preço muito acessível de Esc. 300$00. Fora editado pela Garnier, de Paris, por volta de 1920, obra do Visconde de Wildik. E era já bastante mais completo. Mesmo assim, uma e outra vez, deixava-me na ignorância de algumas palavras...
Finalmente, cheguei ao completíssimo e competente dicionário de Manuel do Canto e Castro Mascarenhas Valdez (1820-1886), cidadão nascido no Rio de Janeiro, que faleceu em Lisboa. Em 1864 e na Imprensa Nacional (Lisboa), fez publicar a sua monumental obra, em 3 grossos volumes. É trabalho aturado e precioso, onde nestes últimos 6 anos, fui procurar o significado de palavras espanholas, e sempre encontrei respostas. Os meus exemplares estão belamente encadernados, tendo dado por eles 45,00 euros. Não preciso de mais e por aqui me fico, quanto a dicionários de espanhol.

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