É um canto mágico por onde eu vejo o tempo, às vezes, transfigurado. Outras, muito objectivo.
Estava um azul de Magritte, ao fim do dia. Mas as nuvens eram pouco criativas - nada sugeriam, entre as suas oblíquas linhas brancas, mal definidas, e os flocos de algodão, banais. Um dos flocos, quase a diluir-se, ainda tentou metamorfosear-se, escurecendo, num famélico leão aéreo. Depois, num cabrito esventrado, à Soutine, a preto e branco porém, mas cada vez mais ténue, que desapareceu, levado pelo vento, para Sul.
Pouco antes da noite cair, houve ainda uma pomba negra que parecia vir na minha direcção, mas que se afastou a tempo, no último momento, para meu sossego. E sua salvação.
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