terça-feira, 5 de maio de 2015

Amor com amor se paga


Haverá, decerto e no mínimo, duas formas de ver o país que nos acolhe: ou apreciamos ou criticamos. A terceira via será sempre mais tímida e desinteressante - dar uma no cravo, outra na ferradura.
Ao que parece (não li o livro), João Magueijo (Évora, 1967), professor catedrático no Imperial College, que vive na Inglaterra há cerca de 20 anos, no seu livro Bifes mal passados (Gradiva, 2014), traça da Grã-Bretanha um retrato desfavorável, um pouco na senda de J. Rentes de Carvalho, com o seu Com os holandeses, em relação ao país das tulipas.
Há alguns pontos de contacto nestes dois livros, no que à crítica diz respeito: a rudeza dos habitantes, a péssima gastronomia, por exemplo. É possível, também, que neles exista excessiva acrimónia...
Seja como for, tanto bastou para que o TLS (nº 5847), excepcionalmente, trouxesse uma crítica a um livro em língua estrangeira, onde se faz a defesa da dama (Inglaterra). E, em desforço, apareçam, no texto da recensão de Jonathan Keates, umas ferroadas soezes a João Magueijo...

16 comentários:

  1. Não lhe chamaria soezes. Que Magueijo não é nenhum Eça já sabíamos, o que abona em favor da crítica: se tiver pinta, é bem aceite.

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    1. Seja como for, o livro vai de vento em popa, já na sua oitava edição!...
      E, quanto à gastronomia inglesa, eu não poderia estar mais de acordo com J. M..

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  2. Quanto à gastronomia inglesa, não é a oitava maravilha do mundo. Mas a Inglaterra não é Londres. Nem nas pessoas, nem no habitat, nem na gastronomia...
    Tenho de ler esses Bifes mal passados. Por acaso não gosto de carne mal passada, a não ser o maravilhoso (quando bem feito) rosbife. :)
    Boa tarde!

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    1. Também fiquei com curiosidade em ler o livro.
      Parece que o "country" britânico, quanto a alimentação, também não é famoso - dito por pessoas que têm uma experiência alargada da Inglaterra. Na realidade, a minha experiência, geograficamente, é reduzida.
      Boa tarde!

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  3. Experimentei Londres há poucos dias pela primeira vez (!!!) e não creio estar a ser injusto: o horror gastronómico. Até o que tinham de tradicional (os pubs) estão nas mãos de meia dúzia de cadeias que exploram, essencialmente, os turistas. Mas também me contam que o ainda genuíno é igualmente mau e que, do étnico/exógeno, apenas as casas de comida italiana mantêm uma qualidade elogiável. Para além, claro, de exceções pontuais e de redes quase-clandestinas ligadas às muitas diásporas. Mas parece que isso é só para Iniciados ou para quem tem amigos já devidamente integrados...

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    1. Em Outubro de 1985, depois de visitar a Tate com o meu filho mais velho, comprei duas doses de "Fish and chips", numa tasquinha (não chegava a ser "pub") das cercanias. Comemos no exterior, encostados a um muro meio derruido de uma pequena igreja abandonada.
      Posso dizê-lo, com segurança: foi a melhor "refeição" tradicionalmente britânica, que comi na Inglaterra, de todas as vezes em que lá estive...

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    2. Fish and chips só comi uma vez na vida, mesmo só para ver como era, porque peixe frito com batatas fritas é uma mistela... E o peixe não sabia a nada. Um horror!

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    3. Eu tive sorte, pelo menos, dessa. O filete (grande) era de bacalhau fresco e estava muito bem frito...

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  4. Note que há muito pior. Recordo a angustiante experiência de três semanas passadas na Finlândia...

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    1. Nunca cheguei tão longe...
      Mas agradeço, e anotei a informação.

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    2. À Finlândia nunca fui, mas a comida norueguesa é horrenda.Também por lá andei três semanas.
      Eu gosto de experimentar o que se come nos países que visito.

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    3. Creio que, da Noruega, na Expo 98, comi qualquer coisa (peixe?) no Pavilhão, mas não devia nenhuma maravilha, porque nada ficou, de concreto, na memória...

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    4. A Noruega está quase ao nível da Finlândia, mas pelo menos tem salmão mais atraente. Tal como na Suécia, apesar de tudo, há umas almôndegas e umas compotas que sempre dão para alguma variedade. A Finlândia é o zero absoluto.
      Mas, fora isso, estes são os países que eu escolhia para viver - e, paradoxalmente, a Finlândia seria o primeiro, apesar de não ter montanhas nem gastronomia, e ter uma língua intragável. É que, pelo menos, é uma República.

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    5. Houve uma altura em que eu gostaria de viver, ou passar um bom período de tempo na Inglaterra (apesar de tudo a monarquia não se notava muito, a não ser nas festividades: casamentos régios, baptizados; e funerais reais). Mas as últimas visitas que lá fiz, desiludiram-me: as melhores coisas tinham mudado para muito pior... Parecia que tudo se tinha nivelado por baixo.

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    6. A condição de "súbdito" faz-me muita impressão.

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