segunda-feira, 11 de maio de 2015

O todo e o mínimo


Será que o espaço geográfico determina a capacidade de um autor, no tratamento de grupos sociais, pela expressão artística? Foi a pergunta que me ocorreu, pouco depois de reiniciar a leitura de "Guerra e Paz" de Tolstoi, com as suas inúmeras personagens, de algum modo, cobrindo, transversalmente, a sociedade russa. De outra maneira, se o espaço nacional, em que nos movemos, diminui ou alarga o horizonte da expressão artística dos naturais - ver pequeno, ou ver grande... Será que os autores dos pequenos países estão confinados e amaldiçoados ao tratamento artístico de pequenos microcosmos regionais? E o todo se lhes escapa, sempre?
É evidente que "Guerra e Paz" é transversal na abordagem das várias camadas sociais, privilegiando embora as classes mais altas, em detrimento de camponeses e artesãos. Mas poderemos ver o inverso, mantendo-se a larga latitude, nas obras de Eisenstein, de D. W. Griffith ou de Kurosawa. Por aqui, Portugal, teríamos de recuar vários séculos atrás, para chegar até a "Os Lusíadas", de Luís de Camões. Quando ainda havia Império e longas extensões territoriais, abertas ao olhar...

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