Teremos de voltar ao poema de Cavafy, em que se falava da chegada dos bárbaros, que não chegaram a vir? Ou, mais perto, aos versos de Pessoa, e aos seus ocidentais jogadores de xadrez. Até porque os bárbaros já estão entre nós. De pouco valerá bombardear os navios ou os armadores traficantes das frágeis embarcações mediterrânicas, que partem, insistentemente, da Outra Banda, que os bárbaros já estão entre nós. E bárbaros somos nós, deuses impiedosos, ao expulsar os gregos, novos Adão e Eva reciclados, deste condomínio fechado e climatizado, em que a inefável Europa se foi transformando. Em que cada país é um castelo sitiado por arrogâncias, egoísmos e cegueira suicida.
Livro e marcador - 158
Há 12 horas
Não há palavras que exprimam este suicídio.
ResponderEliminarPosso estar a ser pessimista demais, mas tudo isto me lembra o quadro do Brueghel, com os cegos, de mão dada e em fila, a precipitarem-se no desfiladeiro...
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