terça-feira, 3 de março de 2015

Um poema de Rafael Alberti (1902-1999)


O soldado sonhava, aquele soldado
das terras interiores, escuro: - se ganharmos
hei-de levar-te daqui para veres as laranjas,
até ao mar que nunca viste,
para que o teu coração se encha de barcos.

Mas veio a paz. E era uma oliveira
de sangue interminável pelos campos.


Rafael Alberti, in Entre el clavel y la espada.

6 comentários:

  1. Lembrei-me de «Fui ao mar buscar laranjas / que é cousa que lá não tem» do cancioneiro açoriano.
    Bom dia!

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    1. Também me lembrei de dois versos de Eugénio: "...levo comigo uma criança/ que nunca viu o mar."
      Boa noite!

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  2. E ainda há muita gente que nunca viu o mar. :(

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  3. Parabéns pela tradução do poema.
    Miss Tolstoi

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