terça-feira, 10 de março de 2015

A par e passo 128


Para os antigos, o minuto e o segundo não existiam. Artistas como Stevenson, como Gauguin, fugiram da Europa e chegaram às ilhas sem relógios. O correio ou o telefone nunca incomodaram Platão. Os horários dos comboios nunca apressaram Virgílio. Descartes perdia-se a sonhar pelos cais de Amsterdão. Mas os nossos movimentos, hoje em dia, regulam-se por pequenas fracções exactas de tempo.

Paul Valéry, in Variété III (pg. 268).

4 comentários:

  1. Para quem trabalha e tem que cumprir horários, o relógio e a pressão do tempo fazem parte do dia-a-dia. Nas férias não ligo ao relógio e já me aconteceu perder completamente a noção do dia em que estou.

    Boa tarde!

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    1. Quando se reformar também irá, quase, perder a noção dos dias em que está..:-)
      Boa noite!

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  2. E Valéry já morreu há 70 anos porque hoje a vida é muito mais apressada.
    Em férias, quando giro o tempo como quero, por vezes tb perco a noção do dia em que estou.
    Boa tarde!

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    1. É verdade, isto acelerou excessivamente nos últimos 20/30 anos...
      Boa tarde!

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