sábado, 14 de março de 2015

Da Janela do Aposento 59: Ócio e Silêncio



Inspirada numa afirmação certeira de A. Guerreiro, recordando-nos que é “do otium que nascem as artes, as letras e as ciências”, acrescentaria também o silêncio.

Se “o otium, como tempo de liberdade,” propicia o encontro com o outro, tanto na sua versão textual como noutra forma artística, o silêncio acrescenta, a esse supremo bem do ócio, a condição indispensável para centrar a atenção na essência – na nossa e na alheia.

Para bom entendedor, bastariam estas duas categorias para uma formação humana essencial.

Libertavam-se as criaturas dos ruídos alheios à leitura e ao pensamento e, sobretudo, terminava o rodopio das actividades permanentes com que a indústria do lazer planeia e preenche os dias desde tenra idade.

Post de HMJ

2 comentários:

  1. Acho que na maioria das vezes, as pessoas só conseguem criar em ambientes silenciosos, mas há outras que precisam de barulho, abstraindo-se dele. Muitos escritores escreviam em cafés.
    Quanto à indústria do lazer, estamos de acordo.
    Bom dia!

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    1. Para MR:
      Quanto ao ruído, estava a pensar mais em "Manuais" e nas "pobres perguntas" sobre os textos em vez de proporcionar tempo e espaço para LER determinadas obras.
      Boa tarde !

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