sexta-feira, 4 de abril de 2014

Palavras de hoje


"...Temos assim uma longa história em que quanto mais se assiste ao enfraquecimento da irradiação social e cultural da poesia mais ela é objecto de celebração e de auto-sacralização. Podemos dizer que os piores inimigos da poesia não são os que acham que ela é uma inutilidade obsoleta (contra esses tem ela os seus escudos), mas os que a celebram para a recomporem num estado teológico-poético. Toda a história da poesia moderna nos ensina que o amor da poesia é o que de mais pernicioso existe para ela. ..."

António Guerreiro, in As imposturas da poesia  (ípsilon, de 4/4/2014).

2 comentários:

  1. De algum modo, entendo o que A. G. quer dizer, mas acho que seria muito mais pernicioso para a poesia se não houvesse quem a amasse.

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    1. É verdade, mas em muitos casos, e para muitas pessoas, é de bom tom dizer que se gosta de poesia. Só assim se percebe que, já não seja mau, quando se vendem 300 livros de um poeta (média), enquanto a prosa de uns inefáveis Fernanda Serrano ou Vergílio Castelo: é fartar vilanagem!
      Ainda bem que eles nunca se lembraram de fazer versos...

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