"...Temos assim uma longa história em que quanto mais se assiste ao enfraquecimento da irradiação social e cultural da poesia mais ela é objecto de celebração e de auto-sacralização. Podemos dizer que os piores inimigos da poesia não são os que acham que ela é uma inutilidade obsoleta (contra esses tem ela os seus escudos), mas os que a celebram para a recomporem num estado teológico-poético. Toda a história da poesia moderna nos ensina que o amor da poesia é o que de mais pernicioso existe para ela. ..."
António Guerreiro, in As imposturas da poesia (ípsilon, de 4/4/2014).
De algum modo, entendo o que A. G. quer dizer, mas acho que seria muito mais pernicioso para a poesia se não houvesse quem a amasse.
ResponderEliminarÉ verdade, mas em muitos casos, e para muitas pessoas, é de bom tom dizer que se gosta de poesia. Só assim se percebe que, já não seja mau, quando se vendem 300 livros de um poeta (média), enquanto a prosa de uns inefáveis Fernanda Serrano ou Vergílio Castelo: é fartar vilanagem!
EliminarAinda bem que eles nunca se lembraram de fazer versos...