Apesar da relativa exiguidade territorial, Portugal conta, pelo menos e ao que julgo, com quatro dialectos reconhecidos: o mirandês (Miranda do Douro) e o barranquenho (Barrancos), ambos com influências castelhanas; e, ainda, o nazareno, hoje provavelmente quase extinto, mas que foi usado por Alfredo Cortês (1880-1946), nalgumas suas peças teatrais (Tá-mar...).
Finalmente, na zona de Minde (Alcanena), terra natal de Roque Gameiro (1864-1935), temos o minderico, talvez o menos conhecido dos dialectos portugueses. E foi, com alegre surpresa, que descobri e comprei a curiosa monografia (com a capa em imagem) "Piação dos Charales do Ninhou" - cujo título significa, mais ou menos: Linguagem dos habitantes de Minde.
Maqueda!
Se me permite, precisemos que o mirandês é uma língua, de pleno direito, reconhecida oficialmente ( http://mirandes.no.sapo.pt/LMPSlei.html). E nao tem muito a ver com o português ou o castelhano, exceto as naturais influências ao longo dos séculos. A língua mirandesa evoluiu diretamente do latim, por via do leonês e, dizem, do aragonês. Todos parentes, mas todos doferentes.
ResponderEliminarDiferentes. Raios partam estes teclados...
ResponderEliminarAgradeço as suas correcções e terei de voltar ao J. Leite de Vasconcelos, para ver as coisas, mais em pormenor, quanto ao mirandês.
ResponderEliminarNão sei também até que ponto o espaço territorial tem, ou não, importância na diferenciação de lingua e dialecto. Bem como o número de falantes. Que, no caso do mirandês, não será, porventura, muito alargado.
Em aditamento, creio que será vantajoso contextualizar a questão e destrinçar aquilo que é administrativo e o que é linguístico. Valerá a pena citar a "Gramática do Português" (Fundação Calouste Gulbenkian, 2014), a páginas 120, sobre o mirandês:
Eliminar"O mirandês constitui, histórica e linguisticamente, um dialeto de um antigo romance asturo-leonês que se falava no reino de Leão no séc. XII e que continuou, até aos nossos dias, a ser falado nessa pequena área do nordeste transmontano. Obteve, em 1999, enquanto língua minoritária, o estatuto de segunda língua oficial de Portugal. Atualmente é falado em cerca de 30 aldeias, sobretudo do concelho de Miranda do Douro, mas também do de Vimioso. ..."
Ficamos à espera de umas expressões minderecas. :)
ResponderEliminarJá me tinha iniciado com "Maqueda" = Saúde!
EliminarE aqui vão mais 2:
Serafim - Cigano.
Sezoeiras - Cenouras.
Junto-me à MR. :-) Nunca tinha ouvido falar do minderico. Boa noite! :-)
ResponderEliminarEu também pouco mais sabia, além do nome e local.
EliminarCom o livro, vou aprender mais...
Muito interessante! Só conhecia a existência do mirandês.
ResponderEliminarMaqueda pensei que seria Bom-dia.
Li há pouco num blogue (não me recordo qual) sobre esses dois volumes de gramática da Gulbenkien que saíram este ano. Quero comprá-los. É uma boa gramática não é?
Maqueda, para o APS, também!
Para Isabel:
Eliminartomo a liberdade de responder, em nome de APS, porque fui eu que comprei a Gramática e já a comecei a estudar. Não é uma Gramática chamada didáctica ou normativa que nos transmita o essencial através de uma consulta breve. É uma obra de fundo, com contribuições de diversos académicos nas áreas específicas do estudo da língua, que nos ajuda e permita reflectir sobre diversos fenómenos linguísticos. Considero-a, por isso, como uma súmula dos estudos linguísticos das últimas décadas,publicados normalmente em obras dispersas e pouco acessíveis, com as actualizações próprias que acompanham a evolução viva da língua.
Muito obrigada.
EliminarPensava que era uma gramática de consulta normal, actualizadíssima. Mas pelo que diz, não é bem isso e fiquei ainda com mais vontade de a comprar.
Pelo que li, são dois volumes, não é?
Boa noite!
Para Isabel:
Eliminarpara já pode comprar os primeiros dois volumes. O terceiro está anunciado, mas não sei bem a data de lançamento. Na página da F.C.Gulbenkian pode obter mais informação.
Aditamento:
EliminarNa Livraria da FCG dizem que o custo da expedição, para Portugal, é de 1 euro. Barata a feira !
Obrigada :)
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