O céu leitoso está cheio de andorinhas. Dispersas, em voos caprichosos e nervosos, aparentemente, sem fim à vista, que os pequenos insectos aéreos, com o frio, devem andar recolhidos, algures. As andorinhas ocupam, de forma vaga, o espaço que, em Outubro, pertence aos estorninhos, sempre mais gregários, nas suas constelações negras e evolutivas de nuvens espessas. São bem ralos, os bandos de andorinhas.
O Tejo são duas linhas pardas mal definidas, mas imóveis, ao longe. O vento parece arrepiar as cortinas, ao de leve agitadas e, do mármore em frente, escorrem traços negros, verticais, de humidade poluída. Uma pomba solitária aninha-se, como para nidificar, muito quieta, no lambril de pedra. Chegam mais duas, que se namoram, com alguma violência, contra a parede branca da casa alta.
Nem os melros cantam ou aparecem. Só o silvo entrecortado do zilrear das andorinhas assobia pelo ar.
Já as vi por aqui, também!
ResponderEliminarE temos cá um lindo dia de sol e calor!
Bom sábado!
Sorte, por uma vez, do interior português.
EliminarPor cá, o céu continua nublado...
Que belo texto!
ResponderEliminarBom sábado!
Muito obrigado, Sandra.
EliminarBom fim-de-semana!