Será talvez característico da natureza humana criar um grande fascínio por obras que, desaparecidas por razões acidentais, misteriosas ou outras, nunca mais foram descobertas. Bem como por algumas que, tendo sido projectadas, nunca foram feitas.
De incunábulos referidos no passado, mas nunca encontrados, até ao desaparecido Parnaso que Camões andaria a escrever, e jamais apareceu. Do fresco A Batalha de Anghiari, que Leonardo da Vinci teria pintado, por volta de 1505, e de que só se conhecem esboços, nos seus cadernos, e uma cópia feita por Rubens, posteriormente. Muito embora, em 2012, se tenha aventado a hipótese de ele se encontrar por trás de um fresco de Vasari, no Palazzo Vecchio, em Florença. Mas tudo são suposições.
Mais recentemente, poder-se-ia falar, também, de Il viaggio di G. Mastorna, que Fellini planificou ao pormenor e escreveu, com Dino Buzzati, mas que acabou por jamais realizar.
Não esquecendo a 8ª Sinfonia (Incompleta) de Schubert, que o compositor nunca chegou a terminar, e que nos deixa, ainda hoje, suspensos, do que poderia ter sido...
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