domingo, 16 de fevereiro de 2014

Sinestesia e Poética


Não será desajustado de todo dizer-se que as sinestesias tiveram o seu momento alto com o Simbolismo, sobretudo na literatura. Mas nesse cruzamento analógico, de domínio sensorial, há também muito de inconsciente e inexplicável, como boa parte das sensações humanas, principalmente, quando se reportam a dois extremos: gostar ou não gostar.
Quando Rimbaud se permite cantar:

A noir, E blanc, I rouge, U vert, O bleu: voyelles,
Je dirai...,

alguma coisa, apesar de aceitarmos o desafio, pode escapar ao nosso prosaico entendimento.
Tenha-se em conta, já no domínio das vozes, da música e das cores, este poético exercício da cega de Fellini, no filme E la nave va, personificada por uma espectral, mas sublime, Pina Bausch, no pequeno vídeo, abaixo.
E, quem puder e souber, que entenda.



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