Há dias, descobri com agrado que Manoel de Barros (1916), insuficientemente conhecido e grande poeta brasileiro, fora grande amigo de João Guimarães Rosa (1908-1967). Sabê-lo, no entanto, foi como se uma evidência, para mim. Porque há neles, uma comum inocência humilde, mas forte, de querer decifrar o mundo, por outras palavras. Ou por o querer dar a conhecer, ao leitor, por palavras novas, mesmo que inventadas para se ajustarem melhor a misteriosas realidades. Um, pela poesia, o outro por uma prosa, tantas vezes, poética.
A simplicidade é, muitas vezes, desvalorizada; mas será bom pensar que ela só acontece através da sabedoria da experiência, e pela ousadia de repensar tudo de novo. Ou noutra perspectiva diferente da que aprendemos de forma automática e que, inconscientemente, nos parece inata e verdadeira, em absoluto. Só assim a Arte, seja qual for a sua expressão, consegue avançar por novos caminhos. Em literatura, através da reconquista de velhas palavras que deixámos de usar, ou que usamos, todos os dias, de forma adormecida e mecânica.
O Blogger, hoje, anda a brincar comigo. Mal consigo fazer alguma coisa. Já tinha escrito o comentário, mas não ficou.
ResponderEliminarEstava a dizer que gostei da ligação da simplicidade à sabedoria da experiência e que ambas, na minha opinião, tornam tudo mais fluido e genuíno. Gostei muito do texto.
Obrigado.
EliminarTive uma experiência semelhante com o seu "Presépio...": só à 3ª vez é que o meu comentário ficou registado. Nem sei bem porquê...
Fico com curiosidade de conhecer a obra destes poetas. Gosto da simplicidade, cada vez mais. E concordo muito com o que diz. Bom dia!
ResponderEliminarDe Manoel de Barros, encontrará no Arpose alguns poemas. De Guimarães Rosa sugeria que começasse pelo "Miguelim e Manuelzão", da Livros do Brasil, que talvez ainda não esteja esgotado.
ResponderEliminarVou procurar, obrigada.
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