A crítica literária portuguesa, mesmo nos seus tempos áureos e mais dignificantes (que hoje assume, quase totalmente, meros aspectos publicitários), sempre esteve mais próxima da matriz francesa do que das recensões inglesas ou alemãs, clássicas. E não sou apenas eu que o digo e observo.
A propósito da recente saída, em França, do livro Un Été avec Montaigne, de Antoine Compagnon, no último TLS (nº 5783), Henri Astier, jornalista francês que trabalha para a BBC, refere, e passo a citar, traduzindo:
" A análise literária francesa tem a reputação de uma intricada abstracção. E isto não é apenas o resultado dos anos 60 estruturalistas; lendo Le Monde des Livres mesmo hoje, é muitas vezes difícil perceber sobre aquilo que são os livros recenseados. Contudo, o apetite do público Francês pela narratologia e pelo comentário opaco não deve ser sobrestimado. O bestseller surpresa do último Verão foi um delgado volume sobre Montaigne, escrito em lúcida prosa por Antoine Compagnon. ..."
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