quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Recuperado de um "moleskine" (6)


A pequena livraria onde, muito bissextamente, me abasteço de novidades, acabara de receber vários livros de poesia, que folheei sem grande entusiasmo, não me decidindo por nenhuma das obras. Acabei por trazer uma obra de ensaística. No entanto, ainda ontem à noite, e durante quase duas horas, segui o curso de talvez mais de 40 ou 50 poemas - daqueles muito curtos - de Emily Dickinson, sempre num crescendo de expectativa, compensado.
Há dias e noites para a poesia, como há para a prosa e, outros ainda, em que as palavras parecem resvalar pelo exterior de nós, sem nos tocarem quase, tenham ou não rima. E, às vezes, com rima ainda é pior... O defeso pode ser também uma necessidade ou uma purga salutar, para que o real comezinho se não perca de todo, no olhar distraído. E não seja apenas uma abstracção distante, alheia.

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