Para quem está familiarizado com a filatelia, não será novidade o facto de que, até ao advento do selo postal (Inglaterra, 1840), o porte das cartas era pago, normalmente, pelo destinatário e não pelo remetente, como hoje acontece. Em Portugal, até 1853, era também o que acontecia, salvo nos casos em que a correspondência ostentasse o carimbo ou a indicação manuscrita de: Porte pago ou Franca. Nestes últimos casos, o destinatário limitava-se a receber a remessa que já tinha sido paga, anteriormente, pela pessoa ou firma comercial que enviara a carta ou a encomenda. Nos casos normais, a carta tinha a indicação de carimbo, ou manuscrita da importância do porte a pagar. Que dependia da distância percorrida e do peso da carta.
Em imagem, mostram-se três cartas portuguesas expedidas antes do uso do selo postal. Por ordem cronológica, de cima para baixo: a primeira, de Lisboa, datada de 12 de Novembro de 1803, de teor comercial e ajuste de negócios, destinava-se a Amesterdão; a segunda, com taxa de 20 réis, enviada em Setembro de 1829, seguiu de Guimarães para o Porto e, finalmente, a terceira, datada de Lisboa, a 3 de Agosto de 1844, foi remetida para o Porto, onde terá sido pago o porte de correio de 40 réis. Normalmente, os carimbos eram a preto, muito embora também se encontrem a azul e sépia. Menos frequentes, havia-os também a verde e vermelho.
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