sexta-feira, 29 de novembro de 2013

De um poeta galego


Eu quero oir teu silencio

Como na erva jovem ou à flor da água
quero ouvir teu silêncio, menina.

Um silêncio constelado de sorrisos,
onde os teus olhos sejam dois barcos ancorados.

Eu, único, marinheiro.

Uma funda alegria nas velas brancas, suaves,
- palavras que guardam ainda o ar da flor do linho -
esperando a manhã
em que eu deixe o cais e cego me embarque
capitão dos teus olhos veleiros.


Aquilino Iglesia Alvariño (1909-1961).

10 comentários:

  1. Maravilhoso, o poema e casa na perfeição com o quadro. Gostei muito.
    Um post muito inspirado.
    Parabéns! :-)

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    1. Obrigado, Sandra. Às vezes, consigo acertar..:-)
      Uma boa tarde, para si!

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  2. Mais um poeta que desconhecia e de que gostei.

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    1. Os galegos têm uma sensibilidade próxima da nossa, MR.
      Um bom fim-de-semana (que está próximo)!

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  3. Gostei do poema, mas também da pintura. De quem é?

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    1. Óptimo que tenha gostado, Margarida.
      O pintor da marinha é francês: Frédéric Montenard (1849-1926).

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  4. (Por alguma razão, falha técnica ou «nabice» minha, a coisa não chegou afinal a sair ontem. Era só para lhe sugerir um outro galego, dos melhores (digo eu) contemporâneos, Xosé Álvarez Cáccamo. Escreve e publica demais, mas vai acertando com boa frequência. Se não conhecer, experimente)

    Cumprimentos,
    G. R.

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  5. Pois não conheço, não senhor, e vou tentar ler. Obrigado.
    Um bom ano de 2014!

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