quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Apontamento 28: Uma manhã, acolhedora, na Câmara Municipal de Lisboa



O programa da manhã estava decidido, ir ver a exposição dedicada a Raul Rêgo, na CML, e comprar o catálogo. Assim foi. Pelas dez da manhã apreciei as fotos, os textos e os objectos, nomeadamente os livros, sozinha, sem vivalma. Óptimo !
Estava longe de pensar que o resto seria a “apagada e vil tristeza” que determinados funcionários teimam em exibir nas suas funções públicas. Começa com uma caminhada de “sísifo” para comprar o catálogo. Não havendo ninguém na mesa à entrada da exposição, dirigi-me ao gabinete em frente. Estavam três funcionários e um agente da autoridade. Perguntei pelo catálogo e recebi a seguinte resposta, deveras esclarecedora: “Pois, a colega da exposição ainda não chegou. Temos aqui o catálogo, mas não podemos mexer. Não pode vir noutro dia ?” E o “Senhor Guarda” acrescenta, com o seu tom de autoridade: “não, não se pode mexer !” Ainda me sugeriram para deixar o contacto para enviar o catálogo “à cobrança”. A colega da exposição, ao que parece de um organismo estranho à edilidade, i.e., a Hemeroteca, chegaria às 10.30 ou 11.00 horas ?
A senhora das “Relações Públicas”, que me recebeu, tinha uns modos algo familiares para com uma estranha e o “Senhor Guarda” estaria, porventura, melhor no espaço da exposição do que encostado ao balcão a conversar com os três funcionários.
Para fazer horas, resolvi entrar num espaço, igualmente acolhedor, ou seja, o Turismo de Lisboa, mesmo ao lado. Ao entrar, estava uma menina a sair. Em vez de me deixar entrar primeiro, forçou a saída e levei um raspanete: “Então, tem que me deixar sair primeiro !” Ora toma, para quem acha já ter idade e estatuto para ser respeitado!
Pouco passava das 11.00 horas quando voltei a entrar nos Paços do Concelho para, finalmente, adquirir o Catálogo. No meio de uma conversa telefónica da funcionária, recebi o catálogo e paguei, aguardando o fim do dito telefonema particular para pedir o recibo. Não havia, tive que deixar a identificação para ser enviado pelo correio (!), porque, segundo a explicação da funcionária, apenas uma vez por semana o responsável passa recibos. 
De resto, foi uma manhã agradável. A Praça do Município, a exposição, a bela luz de Lisboa com vista para o Tejo e, finalmente, com o catálogo na mão.
De facto, não gostava de ser “chefe de turma” de semelhante gente !

Post de HMJ

6 comentários:

  1. Parece que a CML tem de ser visitada pelas Finanças. :)

    ResponderEliminar
  2. Respostas
    1. Para MR:
      ou, então, pelo Dr. António Costa, disfarçado!

      Eliminar
  3. Desta publicidade é que certos serviços publicos precisam. E não havia livro de "recomendações"? O que acontece a um professor se se atrasa? Quanto à jovem -espero que tenha a desculpa de o ser - também devia ser ensinada...
    Ao General Barata Feyo perguntaram quem tinha precedencia a passar uma porta.
    - A patente mais alta.
    -E se forem da mesma patente ?
    - O mais antigo...
    - E se tiverem a mesma antiguidade ?
    - Passa depois o que for mais bem educado...

    ResponderEliminar
  4. Para sim:
    Ainda pensei num registo no Livro de Reclamações, mas não queria estragar mais a bela manhã.Quanto aos preceitos do General Barata Feyo, julgava - em vão - que preenchia os requisitos para as precedências: condição e idade.

    ResponderEliminar
  5. O António Costa nem precisa de se disfarçar. É só fazer umas visitas sem anúncio pelos serviços que tutela. De vez em quando.

    ResponderEliminar