Ao mesmo tempo que estamos cada vez mais ansiosos por saber para onde vamos, interrogando-nos sobre os amanhãs possíveis, vivemos, por outro lado, uma vida terrivelmente quotidiana. Vivemos o dia a dia, como nas épocas mais preocupantes de procura pelas necessidades imediatas, como nos tempos mais difíceis da humanidade. Mas ainda, e como que para acentuar a nossa sensação de incerteza, não nos habituamos a passar das previsões, não estamos ainda organizados para viver no presente e pouco a pouco. Os nossos hábitos profundos, as nossas leis, a nossa língua, os nossos sentimentos, as ambições, são engendrados e aplicados a um tempo que admitia longas durações, que se fundava e reflectia um passado imenso, e visava um futuro medido em gerações.
Paul Valéry, in Regards sur le Monde actuel (pg. 235).
As gerações actuais estão com muitas incertezas acho que é cada vez mais dificil prever
ResponderEliminarÉ verdade, e há imensas razões para isso, infelizmente. Mas é curioso como este texto, escrito há mais de 50 anos, é tão actual...
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