Na grande maioria dos casos, as expressões populares têm uma origem simples e objectiva que explica a sua existência prática. E, como em coisas de Mar, o meu amigo AVP é o melhor especialista que eu conheço, aqui vou dar conta da explicação que ele me deu sobre o idiotismo: carapau de corrida. Ei-la:
era hábito, nas lotas, que o leilão se iniciasse pelas espécies melhores e mais caras do pescado, acabando nas espécies menos boas, menos frescas e mais baratas de peixe, com que se finalizava o leilão.
Varinas havia que se guardavam apenas para o final - peixe mais em conta, ou porque tivessem menos dinheiro para investir, ou porque os seus fregueses não fossem abonados em dinheiro.
Como as peixeiras, com o pescado de melhor qualidade e mais caro, já tivessem abandonado a lota para vender a mercadoria, as varinas retardatárias lançavam-se em correria acelerada, em direcção às povoações, de forma a não perderem os seus fregueses e conseguirem vender o seu peixe. Daí: carapau de corrida.
A expressão, como é hábito, alargou o significado e âmbito, podendo significar o chico-esperto ou o chamado feito fino. Que, de certo modo, ainda mantém alguma ligação com a causa original.
com agradecimentos a AVP.
" armado em carapau de corrida " - é como costumo, ou costumava ouvir porque foi desaparecendo o uso desta expressão cuja origem desconhecia e agora fiquei a saber.
ResponderEliminarAchei interessantíssima, a justificação. E a expressão, como muito bem lembrou, era usada com o verbo "armar".
ResponderEliminarSubscrevo o comentário de L.B.
ResponderEliminarÉ sempre bom saber...
ResponderEliminarNa Minha Terra (terra de Sardinheiros), carapau de corrida era o que vinha da lota da Figueira nas camionetas de caixa-aberta, em grande velocidade só parando no destino da venda. Também se usa a expressão "Tás armado(a) em carapau de corrida!" , que quer dizer; esperteza, ou desembaraço, numa actividade ou coisa em que se quer parecer melhor do que o que se é.
ResponderEliminarAlargada a origem, o significado é mais ou menos idêntico, hoje.
ResponderEliminarObrigado pela sua achega!