Há um perfume barato pelo elevador e um cão ladra, algures, na manhã. Crianças vão sendo passeadas por mamãs, na rua ainda fresca, e ganapos mais crescidos, no recinto, já começaram a fazer desporto, com os pés, purgativo no seu clamor suburbano de impropérios e gritos.
A ironia e o humor de O'Neill são anunciados e marcados habilmente, quase sempre, pelo uso de vocábulos antigos e desusados, ou então, por expressões populares castiças e pitorescas. Como se um piscar de olho, com a ajuda do politicamente incorrecto, para nos pôr em guarda. E são essas palavras, também, que dão ( darão sempre? - ver Tolentino ou Jazente...) frescura e viço aos seus poemas.
Sibilino, maquiavélico, cristão, algo mafioso, morreu Giulio Andreotti (1919-2013): um grande actor político italiano, mesmo que a sua figura sinistra, embora de direita, não nos seja simpática. Como em Arte, o feio e o grotesco, deve ser apreciado, sempre, com isenção. Ou seja, prescinde dos bons sentimentos e intenções, e da moral vigente. O politicamente correcto, passe o paradoxo, não vem ao caso.
Soube ontem da morte de Andreotti. Um estafermo!
ResponderEliminarDe acordo, como ser humano.
ResponderEliminarPois o Andreotti não era grande coisa... gosto dessa visão de que o politicamente correcto não interessa ...
ResponderEliminarMas maquiavelicamente ardiloso...
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