Os dois volumes do "Cancionero de la lírica tradicional" (Ediciones Orbis, S.A., Barcelona, 1983) são avaros em informações e notas explicativas e, assim, limitados do ponto de vista pedagógico. Os poemas anónimos do volume I incluem obras que vão das Jarchas Mozárabes até poesias do início do séc. XVI.
E têm, muitos deles, uma frescura enorme, entre uma concisão lírica que faz lembrar os Haiku japoneses, até uma brejeirice quase inocente e campestre, muitas vezes simbólica. Não resisti a seleccionar uns quantos poemas do volume I (conservando-lhes a numeração do livro) e traduzi-los para o Blogue, em partilha.
74
Porque dorme só, a água
amanhece gelada.
95
Todos dormem, coração,
todos dormem, e tu não.
172
Diz-me passarinho, que estás no ninho:
a dama beijada perde o marido?
Não, senhora minha, se foi às escondidas.
187
Não me olhes, moreno,
quando eu te miro,
que se encontram as almas
pelo caminho.
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