Chega-se a um ponto, na idade, em que, ou há extrema humildade, ou já não há mais pachorra... e, às vezes, paga o justo pelo pecador.
Eu já tinha visto uma menina ("...gorda, gorda, gorda...", do Ribeiro de Couto, dito pelo Villaret) obesa a comer, pelas escadas do metro, uma gordurice macdolnaldiana, de capa e batina preta para atestar o "status". E tinha pensado: dentro de 1 ou 2 anos, em traje civil, vais para a fila dos 13% (ou 14%) dos desempregados...
Já vira, também, na Rua de Sta. Justa, 2 policiazitos, de trotinete (se calhar paga pelos munícipes lisboetas, ou será em "leasing"?), a brincar aos agentes de autoridade-miniatura. Guiando e, ao mesmo tempo, falando ao telemóvel..., será que ninguém os autua por esta infração grave?
Depois, ao entrar na pastelaria e olhando para a montra, disse para a menina: "-Queria um bolo-rei miniatura." E ela, toda engraçada: "- Queria, mas não quer!". E eu, humildademente, apesar de já ter ouvido esta graçola foleira, centenas de vezes, repeti a frase. E ela, rindo muito, voltou a dizer: "-Queria, mas não quer!"- toda satisfeita de si.
Foi então que eu, imperturbável e sério, lhe disse: "-Pois queria, mas já não quero!", e saí porta fora.
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E o fétido «copo d'água ou copo com água»? E o sorriso que fazemos, entre o parvo e o pasmo, como quem se apercebe de que ele há linguistas em cada esquina. E era do que este país precisava: de um linguista em cada esquina!
ResponderEliminarLembraste bem, minha Amiga, também há a do copo " de/com" água...Mas que mal fizemos nós a deus, para ouvir estas frioleiras parvas centenas de vezes nas nossas vidas?
ResponderEliminarOu talvez o Pessoa tivesse razão quando dizia que a "metafísica é uma consequência de estar mal disposto."..:-)